domingo, 3 de janeiro de 2010

A paz não é somente um sonho dos poetas!

As terras por onde vivo
cercam-se por oceanos,
e, para além desse encanto,
existem pontos terrestres,
cujos dedos, quase em riste,
a um nada, tocam o céu...

Encontro, pelos caminhos,
suave perfume das flores
a seduzir bem-te-vis,
que, à liberdade – banal -
rodopiam na alegria...

Encontro, nos arredores,
o verde das cordilheiras,
que, visto de longe, é azul,
num jaez inigualável...
não se funde com o céu,
em respeito à plenitude,
esparzida ao derredor!

As terras por onde vivo
são tomadas por humanos,
criados tão lindos, perfeitos...
mas, vaidosos, arrogantes,
narcisistas, ditadores,
enveredaram, depressa,
pelos vícios da maldade...
e, no tempo, se estragaram,
pela falta de cuidado...

As terras por onde vivo,
seja aqui, seja acolá,
são de Amor e muita Fé,
mas, o Ódio humano, insano,
desequilibra a balança
e, muitos, nem mais se lembram,
do conceito de Justiça!
E essa “coisa” de Justiça,
vinda ao clamor da Igualdade,
recolhe-se, envergonhada,
como se fosse a culpada
pela inversão dos valores,
inclinados para o Mal...

Mais arriba, bem acima,
cingidas, em desalento,
Esperança e Alegria,
choram pranto inexaurível,
por receberem a alcunha
de utopia inútil e vã!

As terras por onde vivo,
mostram, por todos os lados,
carne e pele, sangue e pus,
belo e feio, sorriso e lágrima,
discórdia e sabedoria,
ignorância e saber...

As terras por onde vivo,
onde passo minha Vida,
urdem minha liberdade!
Preciso de segurança,
ocultar em cofre forte,
as jóias da minha vaidade!
Fujo ao medo dos ladrões,
ensurdeço ao estampido
de tantas balas perdidas,
jamais forjadas ao mel...

Mas, nas terras onde vivo,
tem valor em extinção,
existe, ainda, intocável,
O MEU CORAÇÃO DE POETA,
guardando – incólume – a PAZ,
a proteger as virtudes,
jogadas, todas, ao léu...
Moram, inda, nessas terras,
muitos outros corações,
poetas, a exemplo do meu...
Inabaláveis, prosseguem,
nesse caminho de sonhos,
achincalhado por tantos!

Enquanto houver, pelo mundo,
coração fidalgo e poeta,
- nem que seja só o meu -
- ou, quiçá, o teu e o meu? -
haverá resposta, alerta,
nascida de um verso rico,
ou de uma rima bem pobre,
talvez, de flor com amor,
ou de sorriso com riso...
Pouco importa o rimar,
pois cresce na acepção,
ao traduzir-se em ação.

Nas terras por onde vivo,
faz-se urgente, difundir,
comprovar, de vento a vento,
o possível renascer
da virtude original,
que propõe aos homens todos,
espalhados no Universo,
um igual senso do AMOR,
ter FÉ - certeza da PAZ!

Se o teu sonho for o meu
e o meu, também, for o teu,
nada será fantasia,
nem mais sonho de poeta!

Sílvia Mota.
Poema declamado por Sílvia Mota no primeiro Encontro dos Poetas Del Mundo em São Paulo - 21 de novembro de 2009.
Poema apresentado em jogral por alunos da UVA - 17 de novembro de 2009.

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